Engenheira aponta 10 tendências da construção civil potencializadas pela pandemia

Profa. Ma. Sabrina Moreno, que leciona no curso de Engenharia Civil no Centro Universitário Módulo, avalia que diante das dificuldades no atual cenário são inúmeras as possibilidades de trabalho, sobretudo […]

03/11/2021

Profa. Ma. Sabrina Moreno, que leciona no curso de Engenharia Civil no Centro Universitário Módulo, avalia que diante das dificuldades no atual cenário são inúmeras as possibilidades de trabalho, sobretudo por conta do crescimento da tecnologia

Devido às recentes crises no Brasil e no mundo, como alta da energia, problemas hídricos e econômicos, diversos setores tiveram de repensar estruturas e modelos de trabalho. E esse é também o caso da Construção Civil.

Segundo a professora mestra do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Módulo, Sabrina Moreno, pesquisas da área de construção civil já projetam grandes expectativas de tendências para o setor em projetos diversos a partir dos inúmeros problemas potencializados pela pandemia.

A engenheira civil analisa que apesar de a sociedade ser dinâmica e a construção civil ser conservadora, é possível afirmar que o setor consegue se adaptar e abarcar as novas tecnologias e demandas.

E hoje, mesmo diante de dificuldades trazidas pela crise sanitária, o mercado ainda oferece inúmeras possibilidades de trabalho, sobretudo por conta desse crescimento da tecnologia. “Assim, se torna inevitável não pensar em algumas tendências no cenário pós pandemia”, considera.

Diante disso, a professora elencou abaixo 10 tendências para a Engenharia Civil. Confira:

1. Mão de obra qualificada. Com a expectativa do aumento de obras, consequentemente a demanda por mão de obra estará em alta. Com equipamentos e técnicas específicas, o mercado exigirá qualificação, não apenas com certificados, mas com conhecimentos práticos.

2. Replanejamento da arquitetura. Seja pensando na arquitetura residencial ou comercial, é fato que temos mudanças e algumas delas continuarão pós-pandemia. O home office e co-working já faziam parte da realidade, porém em uma proporção muito menor. Com a pandemia e o aumento desses tipos de trabalho, a arquitetura terá que ser replanejada. Grandes espaços locados para muitas empresas provavelmente terão que ser reduzidos ou compartilhados.Aos que estão trabalhando em casa, sentiram a necessidade física e mental de repensar seus locais destinados ao trabalho. Além do tradicional computador, adequar um espaço ao home office será uma enorme tendência, já que muitas empresas declararam que continuarão dessa maneira.

3. Construções modulares. Para quem não é da área, a maneira mais simples de explicar o conceito de construção modulares é dizer que é uma construção por “partes”. Ou seja, através de módulos que são executados fora do canteiro de obra. A construção modular já é uma realidade do mercado, porém não é dominante. Entre suas vantagens estão a velocidade, menos desperdício e maior controle de gestão. Pensando em pandemia, esse controle fará diferença.

4. Impressão 3D. Assim como as construções modulares, a impressão 3D também já é realidade no mercado. A vantagem de uma leitura de projeto ser feita de modo digital pelo próprio “executor” da peça traz agilidade e maior precisão. Essa tendência pode ser aplicada desde estruturas à execução de maquetes.

5. Uso de drones. A tecnologia se fez mais presente dentre todas as áreas econômicas devido à pandemia. Assim como a impressão 3D, o uso de drones também já era uma realidade antes da pandemia. O que acontece agora é que a tendência é abranger cada vez mais o mercado. Levantamentos topográficos, mapeamento de grandes áreas de difícil acesso, serão cada vez mais executadas por meio de drones.

6. Realidade aumentada. A tecnologia presente não para na construção. A realidade aumentada permitirá a visualização de projetos de forma mais abrangente a compradores não técnicos. Imagine, por exemplo, visualizar sua futura casa através de realidade aumentada. O que estava apenas no papel começa a ganhar forma, mesmo que virtual.

7. Tecnologia em gestão de projetos. O Bim, tal qual outros itens, também já é uma realidade, mas a tendência é abranger ainda mais o setor da construção civil. Popularmente conhecido como BIM, seu significado é Modelagem da Informação da Construção. O conceito representa o processo de criação e gestão de informação em um projeto de construção, o que é aplicado do início ao fim do projeto. Sua interação com outras tecnologias, como Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), torna-o ainda mais eficiente e interativo. Quando se trabalha com esse modelo, as informações são agrupadas num único local. Isso possibilita o efeito cascata.

8. Bioconstruções. São técnicas construtivas que aliam conhecimentos antigos e novas tecnologias. Aqui a intenção é utilizar material e mão de obra locais. A crise hídrica e a pandemia nos fazem pensar em novas soluções de vida. A Bioconstrução vem agregar ao setor com economia e sustentabilidade, não apenas minimizando resíduos, mas também reaproveitando materiais existentes.

9. Energias Renováveis. Com a pandemia e crise hídrica é inevitável a reflexão a respeito de novos tipos de energia. Essa tendência já vinha crescendo e deverá ser ainda mais explorada pós-pandemia. O mundo pensa em sustentabilidade e apesar de energias renováveis já existirem (vento, água, sol, marés, terra, entre outros) o nosso país é predominantemente abastecido com a usina hidrelétrica. Essa preocupação não é apenas do mercado de trabalho, mas também da gestão pública. E nesse sentido a energia solar já é uma realidade mais acessível aos consumidores e vem crescendo como objeto de estudo.

10. Energia Solar. Pensando nas energias renováveis, podemos destacar a energia solar como tendência. A matriz energética brasileira tem praticamente sua composição de energias renováveis, como de conhecimento da população, sua maior parte pela energia hidrelétrica. Com a crise hídrica é inevitável pensar em mais formas de energias renováveis. O Brasil tem alto potencial para energias, inclusive a solar.

A tecnologia fotovoltaica, em que são utilizadas placas para captação da luz solar e conversão em energia, cresceu de forma considerável nos últimos anos.Esse tipo de solução não produz energia à noite, mas pode ser facilmente resolvido com baterias ou conexão ao sistema elétrico convencional.

INVESTIR EM TENDÊNCIAS

Para Sabrina, o interesse por investimentos em tendências no Brasil cresceu de forma considerável nos últimos tempos, mas isso requer cautela. “Deve-se avaliar os riscos e potenciais ganhos. É interessante também entender de onde essa tendência funciona e se há demanda para ela. Vale buscar experiências parecidas com o tipo de investimento, para distinguir ‘modismo’ de tendência. Além disso, é válido estudar o cenário econômico do País, o regional e do próprio investidor. Investir bem é estar atento às possíveis interferências”, exemplifica.

Sabrina ressalta ainda, que na hora de escolher uma alternativa viável e eficaz em momentos de reforma, a primeira dica é conversar com um profissional qualificado e entender as finalidades do interesse.

Quanto à energia solar, por exemplo, a engenheira orienta que a solução é benéfica, apesar de hver um alto custo de investimento inicial. Entretanto, essa compra normalmente tem um retorno rápido, pois os índices de economia são elevados quando se compara o sistema convencional com o sistema solar fotovoltaico. “Pensando na inflação energética e na crise hídrica, é um investimento compensador”, acrescenta Sabrina.